Assistente editor: Hugo de Aguiar

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Regras para a construção de Síntipos; O primeiro síntipo realizado

Fernando Oliveira, apresenta:

"Tenho vontade de me contrariar, criando uma disciplina poética"
Provavelmente não foi eu, quem descobriu a urdidura do "síntipo" nem fui eu, quem criou este substantivo, ou neologismo. Todavia, da raridade, - vive a minha tia, que é solteirona, no lugar de ter netos e bisnetos, é a sua escolha e eu não posso mudar de tia, só porque tenho afeição pela turma dos querubins, tendo eu mesmo, a minha quota parte - este raro substantivo, é, segundo (Porto Editora) O exemplar proterótipo (tipo primário) quando o autor não tem escolhido o holótipo; (arre!..., ) ou ainda!... Qualquer exemplar da série original, desde que haja indicação do tipo. Aqui já não digo arre, porque indico o tipo como um protótipo poético com que pretendo fazer escola, se mais não fora, na minha maneira de construir diversificando a poesia. Digo bem construir!... Pois penso que a grande maioria da poesia edificada, é originada pelo repositório de ideias, antes de advirem composições melodiosas. - se me perceberem!... avisem, que eu mesmo nada compreendo quando me ponho a redigir -
Apresento aqui, o que será o poema fundador desta disciplina que é menos ímpia do que parece e que saindo do saco velho onde estava inserida, alcançará talvez as suas merecidas letras de nobreza. Provavelmente também, muitos já fizeram poemas com a configuração que apresento mais abaixo - duas quadras com rimas que confluem para o miolo/que tem um verso vadio como um velho tolo/ com rimas de rico assoalhar / e o último verso que rima com o intitular - não me quero apresentar como proficiente, nem tão-pouco obrigar alguém a seguir este método, apenas o apresento como um dos resultados das minhas pesquisas por conta de tentar obter cada vez mais prováveis combinandos poéticos.
Como indico no parágrafo em vermelho, o "síntipo" é composto, de um titulo, mais duas quadras e um verso para arrematar, que deve rimar com o titulo, além de um verso solto, sem rima, mas em concordância com o tema. As duas quadras devem rimar: a primeira em decrescendo e a segunda em crescendo, e os versos rimados devem ter a mesma energia fónica, de preferência com rimas ricas. Avulta desta explicação, que excluímos construções não rimadas. Sinteto
o mais velho síntipo da história:
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visita a um poema "síntipo"

apetece-me sair.. da minha imodesta.. modéstia
e entrar no caminho da tramóia.. da poéstia
a chave.. é um poema provavelmente estético
com o crédito da rima.. mas sem plano métrico

um entrecho de semantema e de filologia

eu que sou travesso.. e antiacadémico
gotejo receitas.. como se fosse um médico
a colmeia de ideias.. é uma assisada réstia
aqui um exemplo dum síntipo.. em rima véstia

um pouco austero.. pois um holótipo

(ferool)

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Como podem notar, o poema tem uma ressonância que verte para o interior, o inspiro no lugar do expiro, como se um tambor emiti-se os sons para o seu pandeiro. O artifício desta disciplina sonora, reside no titulo e no último verso, que a fazem reverter para o exterior. PS: Toda e qualquer suposição de igrejinha com a construção dum soneto, é pura imaginação que a rimaria pode querer
Convido-vos a exercer este tipo de poesia que será publicada num blog que criei para o efeito, enviem para:
ferool@gmail.com

Fernando Oliveira