Vai onde queres ir
Não te baseis na aparência
Toma tua providência,
Segue o teu coração
Envolvido na paixão.
Busca ser o que queres,
Busca-o com muita emoção
Nas cordas de um violão
Embrulha-te na coincidência
Excluindo a confidência.
Busca e vai onde queres ir
Celeste Sousa
Assistente editor: Hugo de Aguiar
deaguiar.hugo@gmail.com
Saber viver ( Síntipo II ) Celeste Sousa
Saber viver
Não há medo nem desilusão,
Não há desespero nem depressão
Tão-pouco haverá tristeza
Com tamanha destreza
Que me impessa de sorrir.
Não me iludo na riqueza,
Comigo, sempre a beleza
A guiar meu coração
Sem que haja desilusão
Nada me impedirá de viver.
Celeste Sousa
Não há medo nem desilusão,
Não há desespero nem depressão
Tão-pouco haverá tristeza
Com tamanha destreza
Que me impessa de sorrir.
Não me iludo na riqueza,
Comigo, sempre a beleza
A guiar meu coração
Sem que haja desilusão
Nada me impedirá de viver.
Celeste Sousa
No pranto do amor (I) Celeste Sousa
No pranto do amor
Difícil é calar o coração quando grita!
Difícil é falar no pranto que solicita!
Difícil é deter o vôo, é calar a razão,
Difícil é caminhar entre a multidão.
Com desespero contem-se o amor,
Com amor socorre-se um coração,
Com alegria espanta-se a solidão,
Vamos ver quem mais licita,
O amor que chega e tudo facilita,
Eis a segurança e o explendor.
Celeste Sousa
Difícil é calar o coração quando grita!
Difícil é falar no pranto que solicita!
Difícil é deter o vôo, é calar a razão,
Difícil é caminhar entre a multidão.
Com desespero contem-se o amor,
Com amor socorre-se um coração,
Com alegria espanta-se a solidão,
Vamos ver quem mais licita,
O amor que chega e tudo facilita,
Eis a segurança e o explendor.
Celeste Sousa
BRASÍLIA ADOENTADA
Seguias altiva, viçosa; ficaste cabisbaixa.
Rica andavas até que arrobaram teu caixa;
Conjugaram bilhares de verbas irregulares
Nas negociatas às mesas dos finos jantares.
Estudantes e trabalhadores bradam, protestam.
Soluçam teus filhos para que os ampares
Da desesperança que lhes invade os lares,
Do atropelo ao pedestre que respeita a faixa ,
Do olhar vesgo do mundo que a ti rebaixa.
Na cabeça recebemos uma dura jacada.
(*) Poema Síntipo XVIII
Sandra Fayad
Rica andavas até que arrobaram teu caixa;
Conjugaram bilhares de verbas irregulares
Nas negociatas às mesas dos finos jantares.
Estudantes e trabalhadores bradam, protestam.
Soluçam teus filhos para que os ampares
Da desesperança que lhes invade os lares,
Do atropelo ao pedestre que respeita a faixa ,
Do olhar vesgo do mundo que a ti rebaixa.
Na cabeça recebemos uma dura jacada.
(*) Poema Síntipo XVIII
Sandra Fayad
Antónia Ruivo ( Síntipo III )
Escrever
Por tudo e por nada se mistura
A emoção ajustada à ternura
De seguida uma pitada de paixão
Por vezes tremenda confusão
Atiram-se as pedras pela ladeira
Rolam, rolam em turbilhão
Umas são parcas, outras admiração
Existem aquelas que fedem a censura
E depois, uma pitada de sal, formosura
A tudo isto chamo a arte de escrever.
Antónia Ruivo
Por tudo e por nada se mistura
A emoção ajustada à ternura
De seguida uma pitada de paixão
Por vezes tremenda confusão
Atiram-se as pedras pela ladeira
Rolam, rolam em turbilhão
Umas são parcas, outras admiração
Existem aquelas que fedem a censura
E depois, uma pitada de sal, formosura
A tudo isto chamo a arte de escrever.
Antónia Ruivo
Maria Soares Ribeiro ( Síntipo I )
Mulher
Borboleta rara e apreciada
Nas ruas da vida apontada
Deita a tua cabeça sobre mim
Escarnece a tua dor, o desamor assim
Pudesses ser sempre criança inocente
Ah! Pobres e ocas enfim...
Soam as juras, que te faço neste jardim
Boneca, musa, sonhada
De muitos foste inspiradora, por Deus criada
Recolhe as asas, não fujas, confia! É o teu mister!
Por Maria Soares Ribeiro
Borboleta rara e apreciada
Nas ruas da vida apontada
Deita a tua cabeça sobre mim
Escarnece a tua dor, o desamor assim
Pudesses ser sempre criança inocente
Ah! Pobres e ocas enfim...
Soam as juras, que te faço neste jardim
Boneca, musa, sonhada
De muitos foste inspiradora, por Deus criada
Recolhe as asas, não fujas, confia! É o teu mister!
Por Maria Soares Ribeiro
Síntipo II
Paulo Oliveira
Insónia frustrada.
Olho a lua envergonhada
Envolta na sua aura amarelada
Procuro na sombra reflectida
O significado da angustia desmedida
É o reflexo insípido do Outono
Sai-me a resposta sem peso ou medida
Como se tudo fosse ...uma aguarela colorida
E a lua lá está, parece rir de tudo e de nada
Acena-me num bocejo orvalhado pelo frio da madrugada
A lua não sabe, ajudou-me a vencer uma insónia frustrada.
Antónia Ruivo
Síntipo I
Terra destemida
Abrem-se brechas na terra húmida
Cobre-se de rubro a charneca envaidecida
As papoilas crescem em farto festim
Tecem um manto vermelho, ai de mim
Olho embevecida, uma lágrima que cai
Olho mais adiante um t...ufo de alecrim
É a primavera que rompe em tal frenesim
O Alentejo ardente aos poucos ganha vida
As margaridas lembram uma larga avenida
E o tempo pára com a força, desta terra destemida
Antónia Ruivo
Abrem-se brechas na terra húmida
Cobre-se de rubro a charneca envaidecida
As papoilas crescem em farto festim
Tecem um manto vermelho, ai de mim
Olho embevecida, uma lágrima que cai
Olho mais adiante um t...ufo de alecrim
É a primavera que rompe em tal frenesim
O Alentejo ardente aos poucos ganha vida
As margaridas lembram uma larga avenida
E o tempo pára com a força, desta terra destemida
Antónia Ruivo
Poema Síntipo XVII
ANJOS DA CAPITAL
Brasília agora tem Anjo da Quadra:
Fareja em silêncio; é cão que não ladra.
Treinado trabalha: observa, registra, vigia
Malfeitor que nos controla noite e dia.
Ao crime organizado, dê-lhe organização.
Necessário se faz acabar com essa folia
Enxergar brilho no olhar que não sorria,
Expulsar da área quem não se enquadra
No piar dos pássaros: soldados da esquadra,
Que no cerrado navega a combater o mau.
Sandra Fayad
Brasília agora tem Anjo da Quadra:
Fareja em silêncio; é cão que não ladra.
Treinado trabalha: observa, registra, vigia
Malfeitor que nos controla noite e dia.
Ao crime organizado, dê-lhe organização.
Necessário se faz acabar com essa folia
Enxergar brilho no olhar que não sorria,
Expulsar da área quem não se enquadra
No piar dos pássaros: soldados da esquadra,
Que no cerrado navega a combater o mau.
Sandra Fayad
INFORMAÇÃO CULTURAL
(*) Poema Sìntipo XV
Só quem vive em Brasília é que sente
A leveza da sua história recente.
É quem ama esta cidade que conhece
Manhãs enluaradas, ventos em prece.
Chapéu candango é azul estrelado.
Quem vive em Brasília sobe; se desce,
Não escorrega; segue reto sem estresse.
Sabe que Caliandra e Lobo-Guará são gente
E que povo pacato é, no entanto, exigente.
Elogie! Boas vindas brasiliense é condicional.
Sandra Fayad
Só quem vive em Brasília é que sente
A leveza da sua história recente.
É quem ama esta cidade que conhece
Manhãs enluaradas, ventos em prece.
Chapéu candango é azul estrelado.
Quem vive em Brasília sobe; se desce,
Não escorrega; segue reto sem estresse.
Sabe que Caliandra e Lobo-Guará são gente
E que povo pacato é, no entanto, exigente.
Elogie! Boas vindas brasiliense é condicional.
Sandra Fayad
Regras para a construção de Síntipos; O primeiro síntipo realizado
Fernando Oliveira, apresenta:
"Tenho vontade de me contrariar, criando uma disciplina poética"
Provavelmente não foi eu, quem descobriu a urdidura do "síntipo" nem fui eu, quem criou este substantivo, ou neologismo. Todavia, da raridade, - vive a minha tia, que é solteirona, no lugar de ter netos e bisnetos, é a sua escolha e eu não posso mudar de tia, só porque tenho afeição pela turma dos querubins, tendo eu mesmo, a minha quota parte - este raro substantivo, é, segundo (Porto Editora) O exemplar proterótipo (tipo primário) quando o autor não tem escolhido o holótipo; (arre!..., ) ou ainda!... Qualquer exemplar da série original, desde que haja indicação do tipo. Aqui já não digo arre, porque indico o tipo como um protótipo poético com que pretendo fazer escola, se mais não fora, na minha maneira de construir diversificando a poesia. Digo bem construir!... Pois penso que a grande maioria da poesia edificada, é originada pelo repositório de ideias, antes de advirem composições melodiosas. - se me perceberem!... avisem, que eu mesmo nada compreendo quando me ponho a redigir -
Apresento aqui, o que será o poema fundador desta disciplina que é menos ímpia do que parece e que saindo do saco velho onde estava inserida, alcançará talvez as suas merecidas letras de nobreza. Provavelmente também, muitos já fizeram poemas com a configuração que apresento mais abaixo - duas quadras com rimas que confluem para o miolo/que tem um verso vadio como um velho tolo/ com rimas de rico assoalhar / e o último verso que rima com o intitular - não me quero apresentar como proficiente, nem tão-pouco obrigar alguém a seguir este método, apenas o apresento como um dos resultados das minhas pesquisas por conta de tentar obter cada vez mais prováveis combinandos poéticos.
Como indico no parágrafo em vermelho, o "síntipo" é composto, de um titulo, mais duas quadras e um verso para arrematar, que deve rimar com o titulo, além de um verso solto, sem rima, mas em concordância com o tema. As duas quadras devem rimar: a primeira em decrescendo e a segunda em crescendo, e os versos rimados devem ter a mesma energia fónica, de preferência com rimas ricas. Avulta desta explicação, que excluímos construções não rimadas. Sinteto
o mais velho síntipo da história:
-----------------------------------
visita a um poema "síntipo"
apetece-me sair.. da minha imodesta.. modéstia
e entrar no caminho da tramóia.. da poéstia
a chave.. é um poema provavelmente estético
com o crédito da rima.. mas sem plano métrico
um entrecho de semantema e de filologia
eu que sou travesso.. e antiacadémico
gotejo receitas.. como se fosse um médico
a colmeia de ideias.. é uma assisada réstia
aqui um exemplo dum síntipo.. em rima véstia
um pouco austero.. pois um holótipo
(ferool)
------------------------------------------
Como podem notar, o poema tem uma ressonância que verte para o interior, o inspiro no lugar do expiro, como se um tambor emiti-se os sons para o seu pandeiro. O artifício desta disciplina sonora, reside no titulo e no último verso, que a fazem reverter para o exterior. PS: Toda e qualquer suposição de igrejinha com a construção dum soneto, é pura imaginação que a rimaria pode querer
Convido-vos a exercer este tipo de poesia que será publicada num blog que criei para o efeito, enviem para:
ferool@gmail.com
Fernando Oliveira
"Tenho vontade de me contrariar, criando uma disciplina poética"
Provavelmente não foi eu, quem descobriu a urdidura do "síntipo" nem fui eu, quem criou este substantivo, ou neologismo. Todavia, da raridade, - vive a minha tia, que é solteirona, no lugar de ter netos e bisnetos, é a sua escolha e eu não posso mudar de tia, só porque tenho afeição pela turma dos querubins, tendo eu mesmo, a minha quota parte - este raro substantivo, é, segundo (Porto Editora) O exemplar proterótipo (tipo primário) quando o autor não tem escolhido o holótipo; (arre!..., ) ou ainda!... Qualquer exemplar da série original, desde que haja indicação do tipo. Aqui já não digo arre, porque indico o tipo como um protótipo poético com que pretendo fazer escola, se mais não fora, na minha maneira de construir diversificando a poesia. Digo bem construir!... Pois penso que a grande maioria da poesia edificada, é originada pelo repositório de ideias, antes de advirem composições melodiosas. - se me perceberem!... avisem, que eu mesmo nada compreendo quando me ponho a redigir -
Apresento aqui, o que será o poema fundador desta disciplina que é menos ímpia do que parece e que saindo do saco velho onde estava inserida, alcançará talvez as suas merecidas letras de nobreza. Provavelmente também, muitos já fizeram poemas com a configuração que apresento mais abaixo - duas quadras com rimas que confluem para o miolo/que tem um verso vadio como um velho tolo/ com rimas de rico assoalhar / e o último verso que rima com o intitular - não me quero apresentar como proficiente, nem tão-pouco obrigar alguém a seguir este método, apenas o apresento como um dos resultados das minhas pesquisas por conta de tentar obter cada vez mais prováveis combinandos poéticos.
Como indico no parágrafo em vermelho, o "síntipo" é composto, de um titulo, mais duas quadras e um verso para arrematar, que deve rimar com o titulo, além de um verso solto, sem rima, mas em concordância com o tema. As duas quadras devem rimar: a primeira em decrescendo e a segunda em crescendo, e os versos rimados devem ter a mesma energia fónica, de preferência com rimas ricas. Avulta desta explicação, que excluímos construções não rimadas. Sinteto
o mais velho síntipo da história:
-----------------------------------
visita a um poema "síntipo"
apetece-me sair.. da minha imodesta.. modéstia
e entrar no caminho da tramóia.. da poéstia
a chave.. é um poema provavelmente estético
com o crédito da rima.. mas sem plano métrico
um entrecho de semantema e de filologia
eu que sou travesso.. e antiacadémico
gotejo receitas.. como se fosse um médico
a colmeia de ideias.. é uma assisada réstia
aqui um exemplo dum síntipo.. em rima véstia
um pouco austero.. pois um holótipo
(ferool)
------------------------------------------
Como podem notar, o poema tem uma ressonância que verte para o interior, o inspiro no lugar do expiro, como se um tambor emiti-se os sons para o seu pandeiro. O artifício desta disciplina sonora, reside no titulo e no último verso, que a fazem reverter para o exterior. PS: Toda e qualquer suposição de igrejinha com a construção dum soneto, é pura imaginação que a rimaria pode querer
Convido-vos a exercer este tipo de poesia que será publicada num blog que criei para o efeito, enviem para:
ferool@gmail.com
Fernando Oliveira
A CULPA DO ADUBO - (Poema Síntipo XI)
Samantha e o vizinho conversavam por torpedo
Até que um dia Samantha o percebeu azedo,
Vasculhou seu lixo para saber porque blasfema:
- Ele não aprendeu que adubo faz crescer alfazema.
Adubar é misturar fezes curtidas com terra.
Como é que alguém vive com tamanho problema,
E contra esta maré nada faz, sequer rema?
Agora que o mau humor do rapaz já não é segredo
A moça não pensa em namorar tão cedo.
Ficou desanimada ao cubo
Sandra Fayad
Até que um dia Samantha o percebeu azedo,
Vasculhou seu lixo para saber porque blasfema:
- Ele não aprendeu que adubo faz crescer alfazema.
Adubar é misturar fezes curtidas com terra.
Como é que alguém vive com tamanho problema,
E contra esta maré nada faz, sequer rema?
Agora que o mau humor do rapaz já não é segredo
A moça não pensa em namorar tão cedo.
Ficou desanimada ao cubo
Sandra Fayad
Senhor do verbo
Proponho-te um Poema... Sou demais lírico!
A semântica... Vou esboçando ao empírico
Ao navegar sob as marés do simbolismo,
Calafetando a nau historiando esse batismo.
Como Cinzel que esculpi letras quando versa
Sem perceber... Vai permeando neologismo
Espalhando Vento a quem reza o catecismo
Seus versos puros... Essência dum eu etérico
Sou Poeta, e a Poesia diviniza o ser colérico!
Ergo a pena... E ao papel assim me entrego
Deth Haak - Poema "síntipo” (II)
A semântica... Vou esboçando ao empírico
Ao navegar sob as marés do simbolismo,
Calafetando a nau historiando esse batismo.
Como Cinzel que esculpi letras quando versa
Sem perceber... Vai permeando neologismo
Espalhando Vento a quem reza o catecismo
Seus versos puros... Essência dum eu etérico
Sou Poeta, e a Poesia diviniza o ser colérico!
Ergo a pena... E ao papel assim me entrego
Deth Haak - Poema "síntipo” (II)
Filhos ingratos ou terra madrasta - Síntipo -
derivando nos confins da galáxia...este pobre planeta
rumando pelo espaço sideral...ou será mais uma treta
dizem estarmos no caminho da evolução...mas que podridão
continua a guerra, a mentira...a injustiça, a corrupção
será que estamos sós neste mundo, ou temos companhia...
á terra envenenada de detritos...os homens devem dizer não
os povos clamam aflitos...á floresta ameaçada de extinção
são estes os filhos gerados em teu ventre, mãe inquieta
ingratos mancham, sujam e cospem em tua face de esteta...
será a terra que é madrasta, ou esta a geração nefasta...
Arlete Piedade
rumando pelo espaço sideral...ou será mais uma treta
dizem estarmos no caminho da evolução...mas que podridão
continua a guerra, a mentira...a injustiça, a corrupção
será que estamos sós neste mundo, ou temos companhia...
á terra envenenada de detritos...os homens devem dizer não
os povos clamam aflitos...á floresta ameaçada de extinção
são estes os filhos gerados em teu ventre, mãe inquieta
ingratos mancham, sujam e cospem em tua face de esteta...
será a terra que é madrasta, ou esta a geração nefasta...
Arlete Piedade
POEMA SÌNTIPO XIII - Sandra Fayad
FORUM ECONÔMICO, FORUM SOCIAL
Assustado vê o mundo urbanizado
Seu dinheiro escorrer pelo ralo, a nado.
Reúnem-se em Davos os que ainda têm
E os que querem ter vão para Belém.
O ponteiro da bússola perdeu o norte.
Em Davos se abraçam solidários. Amém !
Em Belém se tocam emocionados também.
Desejam mudar antigas regras de mercado
E a Mãe Natureza põe o homem ajoelhado.
Ai de nós que ainda não caímos na real.
Sandra Fayad
Assustado vê o mundo urbanizado
Seu dinheiro escorrer pelo ralo, a nado.
Reúnem-se em Davos os que ainda têm
E os que querem ter vão para Belém.
O ponteiro da bússola perdeu o norte.
Em Davos se abraçam solidários. Amém !
Em Belém se tocam emocionados também.
Desejam mudar antigas regras de mercado
E a Mãe Natureza põe o homem ajoelhado.
Ai de nós que ainda não caímos na real.
Sandra Fayad
Nossa vida, um palco giratório
A vida um grande ato,
Perfeita e bela, de fato,
Perde o sentido se cai o pano,
Desequilibra frente ao engano.
Virtudes, sonhos, vícios... ocupam o palco
Esforço brutal, sobre - humano,
A cada cena tudo se renova, quotidiano;
Viver é arte dramática, substrato,
Digladiadores buscando espaço, constato
Funâmbulo, zumbi, alegre, merencório...
Fátima Paraguassú
Perfeita e bela, de fato,
Perde o sentido se cai o pano,
Desequilibra frente ao engano.
Virtudes, sonhos, vícios... ocupam o palco
Esforço brutal, sobre - humano,
A cada cena tudo se renova, quotidiano;
Viver é arte dramática, substrato,
Digladiadores buscando espaço, constato
Funâmbulo, zumbi, alegre, merencório...
Fátima Paraguassú
o homem viaja para outros carreiros
nasceu enfim o homem imperecível
trazia guizos na argamassa plausível
que tocavam hinos de renovada era
como se fora a própria primavera
expirou enfim o homem impreciso
espalhava florescência de outra esfera
engalanada de essências de quimera
vinha com um propósito incorrigível
conduzir o homem dantes perecível
para um jardim de etéreos romeiros
ferool
trazia guizos na argamassa plausível
que tocavam hinos de renovada era
como se fora a própria primavera
expirou enfim o homem impreciso
espalhava florescência de outra esfera
engalanada de essências de quimera
vinha com um propósito incorrigível
conduzir o homem dantes perecível
para um jardim de etéreos romeiros
ferool
Pétalas formosas
Pisco e fixo a azálea entreaberta
e flagro a tímida pétala desperta:
Ah, minha ária do verão, canta,
e do pé à unha do galho encanta!
Esmaltada, balança a lilás azálea.
E quem disse que a vizinha se espanta?
- Não, não, flor infanta,
eu, plebéia buganvílea, sou esperta;
desse solo escalo, sou pétala aberta
E do alto multiplico: rosas
Ana Beatriz M. Freitas
e flagro a tímida pétala desperta:
Ah, minha ária do verão, canta,
e do pé à unha do galho encanta!
Esmaltada, balança a lilás azálea.
E quem disse que a vizinha se espanta?
- Não, não, flor infanta,
eu, plebéia buganvílea, sou esperta;
desse solo escalo, sou pétala aberta
E do alto multiplico: rosas
Ana Beatriz M. Freitas
Síntipo " Verde e Amarelo "
VERDE E AMARELO
Fogo, sino-fogo, olímpica China!
Do círio do dragão à voz da menina,
Ave atleta, à meta medalha!
Corre, Atalanta, amealha!
De cacos de prata recordes quebrados.
A lágrima não perdoa falha
Mas não seca o brasil, qual seca palha
Se chora, inflama., esperança que mina?
Ou vem regar o salto ou chute que se afina?
É o ciclo, a tocha, o olímpico elo.
Ana Beatriz Freitas
Fogo, sino-fogo, olímpica China!
Do círio do dragão à voz da menina,
Ave atleta, à meta medalha!
Corre, Atalanta, amealha!
De cacos de prata recordes quebrados.
A lágrima não perdoa falha
Mas não seca o brasil, qual seca palha
Se chora, inflama., esperança que mina?
Ou vem regar o salto ou chute que se afina?
É o ciclo, a tocha, o olímpico elo.
Ana Beatriz Freitas
Síntipo (!...)
planta de favos de sal e de amores
há sal em todos os poros do nosso corpo
do berço do catraio até ao esquife do pai morto
há sal no vestido que cobre a mama
nos sapatos que calam sob a cama
açúcar na língua do velho poeta
mel na cabeça do caboclo que ama
esperança no tolo que ainda clama
que o doce do lírio não cale o aborto
homem de sal doce de pés e olhar absorto
artesão de azuis veios e de calores
ferool ( Fernando Oliveira)
há sal em todos os poros do nosso corpo
do berço do catraio até ao esquife do pai morto
há sal no vestido que cobre a mama
nos sapatos que calam sob a cama
açúcar na língua do velho poeta
mel na cabeça do caboclo que ama
esperança no tolo que ainda clama
que o doce do lírio não cale o aborto
homem de sal doce de pés e olhar absorto
artesão de azuis veios e de calores
ferool ( Fernando Oliveira)
Síntipo de Fátima Paraguassu
AZUL E VERMELHO
O bailar das águas umedece a fronteira,
Emociona mesmo quem não queira.
A aragem refrescante do rio,
O glamour das voadeiras... arrepio.
As folhas dançam... pululam serenamente.
Lágrimas, alegoria, estandarte, toada, cio,
Sol, lua, estrela, noite... madrugada. Calafrio!
O destino seu rumo segue em remoinhos, cachoeira.
Pássaros em revoadas procuram seus ninhos, sobremaneira.
A imagem da cidade refletida no espelho.
Fátima Paraguassu
O bailar das águas umedece a fronteira,
Emociona mesmo quem não queira.
A aragem refrescante do rio,
O glamour das voadeiras... arrepio.
As folhas dançam... pululam serenamente.
Lágrimas, alegoria, estandarte, toada, cio,
Sol, lua, estrela, noite... madrugada. Calafrio!
O destino seu rumo segue em remoinhos, cachoeira.
Pássaros em revoadas procuram seus ninhos, sobremaneira.
A imagem da cidade refletida no espelho.
Fátima Paraguassu
(Poema Sintipo XII)
DÚVIDA HORROROSA
Senhor, tende piedade de mim:
Esclarece-me de onde vim
Mas, por favor, não mente
Só para me deixar contente.
Sou ou não sou um símio?
Corto meu cabelo bem rente:
Pareço “homus”, sou convincente.
Lambreco minha cara de carmim
E mais símio me torno assim...
A patinar na gosma da babosa ...
Sandra Fayad
Senhor, tende piedade de mim:
Esclarece-me de onde vim
Mas, por favor, não mente
Só para me deixar contente.
Sou ou não sou um símio?
Corto meu cabelo bem rente:
Pareço “homus”, sou convincente.
Lambreco minha cara de carmim
E mais símio me torno assim...
A patinar na gosma da babosa ...
Sandra Fayad
"Poema Síntipo" - Festa Natalina V
Festa Natalina
Tornou-se famoso Gregório XIII, o pontífice,
Pelo agrado que lhe fez o astrônomo artífice,
E vinte e cinco de dezembro entrou em vigor
Como a data mais badalada em nome do amor.
Há decretos que pegam, outros que não vingam.
Homenagem merecida ao importante pregador.
Corajoso, enfrentou poderosos, submeteu-se à dor
Para tornar o mundo mais fraterno, menos carnífice.
Sua herança serviu tanto ao santo quanto ao aurífice,
Que nos repassa quotas de latão banhado em platina.
Sandra Fayad
Tornou-se famoso Gregório XIII, o pontífice,
Pelo agrado que lhe fez o astrônomo artífice,
E vinte e cinco de dezembro entrou em vigor
Como a data mais badalada em nome do amor.
Há decretos que pegam, outros que não vingam.
Homenagem merecida ao importante pregador.
Corajoso, enfrentou poderosos, submeteu-se à dor
Para tornar o mundo mais fraterno, menos carnífice.
Sua herança serviu tanto ao santo quanto ao aurífice,
Que nos repassa quotas de latão banhado em platina.
Sandra Fayad
"Poema Síntipo" - Liberdade Por inteiro VI
Liberdade Por inteiro
Liberta-te dos elos que te vinculam ao futuro.
Solta, ainda, os que escolheste no passado duro.
Vive teu presente de olho na quintessência
Do universo astral, em movimento de confluência.
Nada se leva, nem mesmo o que se pressente.
Liberta-te da insaciável fome de perfeição.
Dispensa também prêmios de consolação.
Segue apenas as regras que te dão prazer,
Enquadrem-se elas (ou não) no item Lazer.
Sê feliz, mesmo que para a mídia sejas derradeiro.
Sandra Fayad
Liberta-te dos elos que te vinculam ao futuro.
Solta, ainda, os que escolheste no passado duro.
Vive teu presente de olho na quintessência
Do universo astral, em movimento de confluência.
Nada se leva, nem mesmo o que se pressente.
Liberta-te da insaciável fome de perfeição.
Dispensa também prêmios de consolação.
Segue apenas as regras que te dão prazer,
Enquadrem-se elas (ou não) no item Lazer.
Sê feliz, mesmo que para a mídia sejas derradeiro.
Sandra Fayad
ÚLTIMO DOMINGO DE MARÇO
Poema Síntipo (**)
Domingo em dia de sol é dia de caminhar no Eixão(*).
Os passos que dou vão ao encontro dos que outros dão.
Há os que correm de tênis, shorts e camisetas amarelas,
E os relaxados que arrastam lentamente suas chinelas.
Todos os anos, há mini-maratona dos Correios.
Preguiçosos recém-acordados se acotovelam nas janelas
Vão admirar a multidão dourada e pintada de aquarelas.
Participar dessa festa é sentir a cuca sã no corpo são
Nem sou parte na corrida para ganhar medalhas não.
Paro no viaduto, me abaixo e aperto meu cadarço.
Sandra Fayard
Bsb, 02 de abril de 2008
(*) Pista Central das Asas Norte e Sul do Plano Piloto de Brasília, também conhecida como Eixo Rodoviário.
(**) Duas quadras com rimas que confluem para o miolo/Que tem um verso vadio como um velho tolo/ Com rimas de rico assoalhar / E o último verso que rima com o intitular (Fernando Oliveira).
Domingo em dia de sol é dia de caminhar no Eixão(*).
Os passos que dou vão ao encontro dos que outros dão.
Há os que correm de tênis, shorts e camisetas amarelas,
E os relaxados que arrastam lentamente suas chinelas.
Todos os anos, há mini-maratona dos Correios.
Preguiçosos recém-acordados se acotovelam nas janelas
Vão admirar a multidão dourada e pintada de aquarelas.
Participar dessa festa é sentir a cuca sã no corpo são
Nem sou parte na corrida para ganhar medalhas não.
Paro no viaduto, me abaixo e aperto meu cadarço.
Sandra Fayard
Bsb, 02 de abril de 2008
(*) Pista Central das Asas Norte e Sul do Plano Piloto de Brasília, também conhecida como Eixo Rodoviário.
(**) Duas quadras com rimas que confluem para o miolo/Que tem um verso vadio como um velho tolo/ Com rimas de rico assoalhar / E o último verso que rima com o intitular (Fernando Oliveira).
Poema Sintipo X - JOGO DA VELHA
JOGO DA VELHA
Ainda não sou, mas serei em breve...
(Não importa para onde a idade me leve)
Serei velha orgulhosa, que não consente
Ser descartável, humilhada ou indigente.
Silêncio é lacre inviolável da sabedoria.
Viverei bastante para ver essa pobre gente ...
Que pensava ocupar o cargo de tenente,
Com autoridade de quem pune e escreve
História triste, que rola como bola de neve.
Penso e bebo limão com mel e groselha.
Sandra Fayad
BSB, 20/04/2008
Ainda não sou, mas serei em breve...
(Não importa para onde a idade me leve)
Serei velha orgulhosa, que não consente
Ser descartável, humilhada ou indigente.
Silêncio é lacre inviolável da sabedoria.
Viverei bastante para ver essa pobre gente ...
Que pensava ocupar o cargo de tenente,
Com autoridade de quem pune e escreve
História triste, que rola como bola de neve.
Penso e bebo limão com mel e groselha.
Sandra Fayad
BSB, 20/04/2008
Poema Sintipo (I)
Assim percebo...
O olhar que vejo lacrimar da maré morta
Quando move areia ... Á espuma dita rota
Pro luar empostar-se no siderio brilhante
Pra que o Vento esqueça ... Amor distante
Já não brinco de Princesa sou Rainha !
Passei a fase de castelos quando infante
a contestar na areia ... O mundo errante .
E hoje com cetro da vontade que conforta
Sou lua cheia que amante a noite exorta;
O ensolarado amanhã sem medo!
Deth Haak
O olhar que vejo lacrimar da maré morta
Quando move areia ... Á espuma dita rota
Pro luar empostar-se no siderio brilhante
Pra que o Vento esqueça ... Amor distante
Já não brinco de Princesa sou Rainha !
Passei a fase de castelos quando infante
a contestar na areia ... O mundo errante .
E hoje com cetro da vontade que conforta
Sou lua cheia que amante a noite exorta;
O ensolarado amanhã sem medo!
Deth Haak
Em Busca do Eldorado
Crendices e temores contestados pela Física Quântica
Vida que se descortina mais prática, menos romântica
Avançam todos os dias as comunicações e a ciência
Arrancam nossas raízes, sugam do tronco a essência.
Nunca fomos tão almas penadas, vagando...
Queremos estabelecer padrões de referência
Mas nem conseguimos suprir nossa carência
Que deriva pacífica na tempestade atlântica.
Aceleram-se os motores turbinados da semântica
Em direção a um planeta totalmente clonado.
Sandra Fayad
Vida que se descortina mais prática, menos romântica
Avançam todos os dias as comunicações e a ciência
Arrancam nossas raízes, sugam do tronco a essência.
Nunca fomos tão almas penadas, vagando...
Queremos estabelecer padrões de referência
Mas nem conseguimos suprir nossa carência
Que deriva pacífica na tempestade atlântica.
Aceleram-se os motores turbinados da semântica
Em direção a um planeta totalmente clonado.
Sandra Fayad
BRASIL RUMO AO HEXA
Brasileiro faz mandinga, faz promessa e carnaval.
Pentacampeão, ainda quer mais essa, pessoal!
Joga ensaiado, no adversário até dá "chapéu”,
Para trazer outra uma vez o glorioso troféu.
Cada segundo do jogo é um tormento.
Vem Ogum... Santo Antônio... Papai do Céu...
Nossa Senhora, cubra-nos com seu véu!
Livrem-nos da derrota, na jornada crucial,
E levem-nos todos juntos para a final.
Jogadores, tragam a taça anexa!
Sandra Fayad
Pentacampeão, ainda quer mais essa, pessoal!
Joga ensaiado, no adversário até dá "chapéu”,
Para trazer outra uma vez o glorioso troféu.
Cada segundo do jogo é um tormento.
Vem Ogum... Santo Antônio... Papai do Céu...
Nossa Senhora, cubra-nos com seu véu!
Livrem-nos da derrota, na jornada crucial,
E levem-nos todos juntos para a final.
Jogadores, tragam a taça anexa!
Sandra Fayad
FORA DO AR
Ah, respingos de estrelas em noite enfumaçada!
Ao relento e à deriva navego só, nesta jangada
Em busca do meu amor imantado pela terra
Em torrão longínquo, que o tempo dura, emperra.
A tristeza me acompanha saltitante, sorridente...
Da espera me cansei, desci ladeira, subi serra
Movida pela saudade, que do coração berra
Declarações de amor de minh’alma enamorada,
E não faz contas de menos, na velha tabuada,
Mas se prepara para a prova de amor multiplicar.
Sandra Fayad
Ao relento e à deriva navego só, nesta jangada
Em busca do meu amor imantado pela terra
Em torrão longínquo, que o tempo dura, emperra.
A tristeza me acompanha saltitante, sorridente...
Da espera me cansei, desci ladeira, subi serra
Movida pela saudade, que do coração berra
Declarações de amor de minh’alma enamorada,
E não faz contas de menos, na velha tabuada,
Mas se prepara para a prova de amor multiplicar.
Sandra Fayad
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